Sol em Touro

Touro é o segundo signo do zodíaco, representa a mudança do impulso cardinal do fogo para a forma fixa da terra. Quando o Sol chega neste signo, indica que o impulso de Áries já fertilizou o mundo, agora é o momento de nutrir, guardar, fermentar, assentar. Regido por Vênus e exaltação da Lua, o Touro é símbolo de fartura e fertilidade, deita-se nos pastos verdes e abraça com amor o ócio, encontra na terra canto seguro para aprofundar suas raízes.

No corpo humano, este signo governa o pescoço e a garganta. Para o touro, o pescoço é o seu centro de força, motor que moveu o arado na terra e fez avançar a fartura por muitos séculos. Ao longo dos séculos, o touro nos nutriu de todas as formas, de sua matéria tudo se aproveita: carne, leite, o pescoço forte, o couro maleável, o esterco - rico adubo -, o chifre - sagrada cornucópia.

O Touro fala sobre Vênus e seus prazeres mais sensoriais, fala de mesa posta, de lençóis limpos, das frutas, dos pães, dos bolos, do verde que enche os olhos, de uma soneca na rede depois do almoço, do canto dos grilo, de rostos com olhos grandes e brilhantes - olhos de boi. Fala sobre aguentar, ser paciente, teimoso, persistente e, quando nada mais adiantar, vai falar de chifradas e coices. Fala sobre a Lua e os sonhos gostosos que o sono traz, e do alimento sagrado das divinas tetas das vacas profanas.

Mas nem só de calmaria vivem os rebanhos. Quem nasce nos tempos do Sol em Touro carrega também a melancolia do elemento terra e todo o gênio criativo que ela carrega. Rumina cada pensamento, mastiga suas ideias até transformá-las em algo que aceite ser digerido. O ritmo do Touro é lento, precisa ganhar corpo antes de entrar em movimento.

Quando o Sol está em Touro, o céu chama atenção para a força feminina da vida, tudo aquilo que é fértil e forte, como o desejo que ganha corpo e se desdobra em forma física. Com o amor doce de Vênus e o colo macio da Lua, a temporada de Touro nos lembra que a produtividade sem prazer é vazia, e que o ócio é tão importante quanto o negócio. De que vale a correria da vida sem tardes tranquilas balançando na rede?