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Sol em Câncer

Foto do escritor: Julia GarciaJulia Garcia

O ingresso do Sol no signo de Câncer marca o solstício de verão no hemisfério norte e de inverno no hemisfério sul. É um dos quatro pontos que delimitam nosso calendário, a contagem dos passos do grande astro-rei. Câncer é o signo da água em sua forma cardinal, carrega em sua concha a sensibilidade e capacidade de adaptação que esse elemento representa, e também o impulso inicial que molha o mundo e permite a fartura da vida.


Câncer é a morada da Lua, nossa mãe celeste que governa o ritmo constante da dança das águas na terra. O caranguejo imita a Lua e caminha sempre de lado, sem dar as costas a ninguém. É arisco, se esconde e pinça quem dele se aproxima - Câncer é a queda de Marte, a luta é a do pequeno bichinho contra o forte Hércules, heróico e indefeso. Por outro lado, se ao caranguejo falta o ímpeto do guerreiro, sobra a fertilidade e a abundância. Júpiter, o maior e mais benéfico dos planetas, tem exaltação no solo fértil do manguezal.



Quem nasce com Sol em Câncer traz para o centro da sua narrativa questões relativas ao lar e à memória: uma concha só pode ser chamada de lar quando acolhe nossas lembranças. Casa é uma palavra que extrapola o sentido das quatro paredes físicas, é a nossa concha móvel que caminha conosco por toda parte, são as memórias de cada passo que demos, a sensação de pertencimento que mora em muitos lugares: uma música, uma esquina, um cheiro ou uma imagem. A constância do Sol em Câncer é sempre recordar.


No período que o Sol caminha pelo mangue do caranguejo celeste é tempo de brindar o solstício e as luzes do céu - porque na astrologia, luz é vida! A sensibilidade aflora como maré cheia e aprendemos a navegar pelos oceanos da memória. A estação dos caranguejos nos reconecta com nossa origem e a fonte de toda vida, como peixes que retornam para o local onde nasceram para desovar uma nova fonte de vida.


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